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Bitcoin se aproxima de US$ 90 mil; rali seguirá firme?

O Bitcoin teve um dia agitado nesta segunda-feira (22). A criptomoeda alcançou uma marca impressionante de até US$ 90.353, o que representa a maior alta em oito dias. No entanto, a euforia do momento trouxe à tona preocupações sobre a sustentabilidade desse aumento.

Após atingir esse pico, o Bitcoin começou a recuar, sendo negociado um pouco abaixo dos US$ 90 mil, com uma alta de 2,2% no dia, segundo dados do CoinGecko. Mas, atenção: essa movimentação parece ter sido impulsionada por especulações no mercado de futuros e não necessariamente pela demanda real dos investidores.

Analisando a fundo, desde de dezembro, notamos que o interesse em futuros perpétuos está mostrando um aumento, enquanto o volume do mercado à vista tem caído. Essa diferença é um indicador clássico de que as movimentações podem estar sendo movidas por derivativos, ou seja, apostas mais arriscadas que fazem o preço subir sem que haja uma compra real no mercado.

Outro ponto a ser observado é o “prêmio da Coinbase”, que indica a diferença de preço do Bitcoin nessa corretora em relação às médias globais. Este prêmio voltou a apresentar números negativos após um breve período positivo, o que sugere que não está havendo uma demanda significativa por parte dos investidores dos EUA—um grupo fundamental para o mercado.

Infelizmente, a situação não é muito animadora, já que os ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos também mostraram saídas líquidas nas últimas semanas, sem sinais claros de uma recuperação no fluxo institucional. Isso tudo indica que o cenário técnico está desafiador.

Além disso, o interesse em contratos futuros parece ter diminuído desde novembro, e o Bitcoin tem enfrentado dificuldades para se manter acima da marca de US$ 90 mil, evidenciando uma pressão vendedora constante.

O lado positivo

Mas nem tudo está perdido. Um dado que se destaca é o movimento nos Digital Asset Trusts (DATs), que registraram entradas líquidas de cerca de US$ 2,23 bilhões na semana de 15 a 21 de dezembro. Isso representa um aumento de 72% em relação aos dias anteriores. Esse fluxo robusto foi impulsionado por compras significativas de Bitcoin, XRP e Ethereum por parte de tesourarias corporativas.

O aumento no interesse pode ter sido desencadeado pela decisão do banco central dos EUA sobre taxas de juros, que ocorre numa época em que muitos investidores em criptomoedas estão atentos às movimentações do mercado.

Um rali vulnerável

No entanto, essa acumulação institucional ainda não conseguiu gerar uma força ampla no mercado. Com a liquidez típica de final de ano, o rali atual, que depende da atividade no mercado de futuros, parece bastante vulnerável às dificuldades que já impediram a manutenção de um movimento acima dos US$ 90 mil.

Alguns analistas consideram que estamos vivendo um momento de consolidação em um intervalo definido, e não uma tendência clara de alta ou queda. Georgii Verbitskii, fundador da plataforma DeFi TYMIO, comentou que esta fase lateral do Bitcoin se dá entre US$ 85 mil e US$ 95 mil. Para ele, não haverá definição antes de meados de janeiro, quando o mercado deve esclarecer se as empresas com forte exposição ao Bitcoin permanecerão no índice MSCI.

Ryan Lee, analista-chefe da corretora Bitget, tem uma visão semelhante. Ele prevê que, durante o período de festas, o Bitcoin deverá transitar entre US$ 86 mil e US$ 93 mil, enquanto o Ethereum pode ficar entre US$ 2.800 e US$ 3.200. Lee acredita que o retorno dos fluxos institucionais e possíveis avanços regulatórios podem ser fundamentais para sustentar essa movimentação.

E assim vamos, observando o que acontece no mercado de criptomoedas, que sempre reserva surpresas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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